A dor enfraquece. Apesar de inevitável. Despedaça-nos em um caótico estado de deprimência contida que nos contamina e mina todo o pensamento, no qual nada parece repor o buraco negro da alma que sangra... nos suga... moendo ossos e vísceras, para lembrar-nos que somos de carne e que não passamos disto: animais.
A decisão de se entregar à dor é difícil. Não se quer parecer frágil, expor-se.
Admirável é a pessoa que não sente uma gota de constrangimento ao derramar seu pranto em público – sofrer em silêncio parece-me mais dolorido –, emanando de si a sinfonia de viver, porque viver também é sofrer.
Nietzsche já dizia: “o que não mata, fortalece”. A minha dor é em meu universo, não dá para dividir. Não sei se é aceitável (para outros), mas quanto a mim, mais vale sofrer em silêncio que incomodar outrem com aquilo que não me faz bem.