quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Questão de português

O que é o amor? Uma vez conversando com umas amigas, pensamos sobre a frase de uma música: “sinônimo de amor é amar”. Em princípio esta afirmação nos pareceu estranha, mas conversa vai e conversa vem, tentei extrair alguma sentido. Pensei: bom, já que a frase fala de sinônimo, talvez analisando a sintaxe eu consiga alguma coisa...

Comecei: amor é substantivo masculino abstrato e amar é verbo, verbo é ação, então se são sinônimos podemos dizer que – aí me lembrei do livro de James C. Hunter – o amor é o que o amor faz. Talvez também seja por isso que em outra música se fala que existem apenas provas de amor e não existe o amor. A ação faz com que o amor saia do plano abstrato.

Achei que tinha dado o caso por encerrado, mas alguma coisa ainda me incomodava nessa história. Não concordava completamente que só demonstrando explicitamente uma ação o amor estaria ocorrendo de fato. Amor. Verbo. Ação. Ainda não estava muito convicta com esta lógica. Depois conjecturei que uma pessoa quando está amando pensa quase o tempo todo na outra pessoa, ou alguma circunstância a faz lembrar, não precisa necessariamente estar fazendo algo diretamente para o outro. Isto seria o amor-substantivo abstrato, mas pensando melhor, pensar e lembrar são verbos. O ato de pensar e lembrar constitui o amor substantivo, mas são verbos que demonstram a ação de amar. É... amor e amar: realmente sinônimos.


Macapá/AP - 16. 10. 2008

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Hoje é dia de aula


Hoje é dia de aula. Sábado. É só mais um dia da semana, podia ser uma segunda, mas é sábado. Isso faz uma diferença e tanto!
Se fosse segunda, a escola estaria cheia, bem mais movimentada. Engraçado como segunda ficou condicionada como o dia de começar e fazer coisas. Todo mundo fica animado (ou angustiado) quando lembra: “hoje é domingo. Amanhã, começa tudo de novo...”.
Certo, era para eu estar prestando atenção na aula, mas hoje é sábado! Quanta coisa lá fora... Sinceramente, não sei o que tem de tão interessante na Monalisa para perdemos tanto tempo falando das lendas que criaram sobre ela, sua falta de sobrancelha e etc. Será que isso vai cair na prova? Tenho que lembrar de decorar isso depois.
Estas paredes, hoje, estão me sufocando, mas vejo – toda vez antes de entrar para minha clausura – que ainda há vida lá fora (flores germinadas no concreto).

Macapá/Ap - 17.02.2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bolhas ao Vento

Falam da arte efêmera... Quer algo mais efêmero que a vida?
O que levamos conosco quando chega o fim? – será que realmente tem um “outro lugar” em que se possa levar isso que dizemos que levamos após o fim? – Mas não importa muito esse desconhecido depois.
Quais os elementos-fragmentos de hoje e de ontem que nos constituem agora?
Esses ruídos podem ser como bolhas de sabão: frágeis, voam ao sabor do vento e se perdem, até se desfazerem... ou por algum infortúnio da natureza curiosa humana nos toca. A partir daí, estamos contaminados.
Às vezes procuramos bolhas e bolhas: pequenas, grandes, tanto faz, é divertido nos permitir seguir essas finas películas coloridas cheias de ar – mais excitante é quando descobrimos que podemos criá-las a nosso modo!
Nós queremos isto: bolhas ao vento!

Macapá/AP - 22. 10. 2008