Foi algo no ar que a chuva trouxe. Aquele aroma de terra molhada e vento arrepiando minha nuca. A natureza trazendo sua bela e gloriosa tempestade mais uma vez, mas desta vez eu aprecio com a companhia de uma caneca de café e um pedaço de chocolate.
Estava certa. Não era hora de atravessar o rio. Ainda mais em uma canoa tão frágil (onde estava com a cabeça quando cogitei tal ação?) e talvez do outro lado, ao invés de um porto seguro, encontre pântano e me afunde na chegada.
Então, decidi aceitar que existem coisas que não posso mudar (como a hora da tempestade), mas a forma como eu a enxergo eu posso ter o mínimo de atitude resiliente porque tempestades não são "boas" ou "ruins", são necessárias e estas de novembro têm me deixado quase doente. Mas não desta vez... Desta vez, olho pra ela e não sinto calafrio, dor no peito. No momento em que aceitei o que se passa, consegui enxergar a beleza de cada raio e trovão que rasga o céu, como um lembrete de que tudo passa. Se ainda não passou, vai passar.