Minha companhia são as palavras
escritas em um caderninho cor de papiro,
páginas amareladas,
lembrando coisa antiga,
coisa do passado
Era pra ser passado,
ter passado...
Pergunto-me por quê tudo se faz tão presente
[ainda]
Não sei até quando
Não sei se suporto,
Não quero entender
Preciso gritar e não consigo
Quis tomar comprimidos
Não sou de fumar, mas queria um cigarro
Cavou fundo até encontrar no profundo,
sentimentos que emergiram, expandiram...
Com a mesma rapidez que assim o fizeste,
peço que os enterre
Melhor,
farei isto com minhas próprias mãos
Cravei um punhal no coração uma vez
Creio que ainda esteja lá
Assim, fica mais fácil
parti-lo ao meio de vez
e me livrar de qualquer resquício
de ilusão que um dia morou ali