quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Caderno cor de papiro

 Minha companhia são as palavras

escritas em um caderninho cor de papiro,

páginas amareladas,

lembrando coisa antiga,

coisa do passado

Era pra ser passado, 

ter passado...

Pergunto-me por quê tudo se faz tão presente

[ainda]

Não sei até quando

Não sei se suporto,

Não quero entender

Preciso gritar e não consigo

Quis tomar comprimidos

Não sou de fumar, mas queria um cigarro

 

Cavou fundo até encontrar no profundo,

sentimentos que emergiram, expandiram...

Com a mesma rapidez que assim o fizeste,

peço que os enterre

Melhor, 

farei isto com minhas próprias mãos

Cravei um punhal no coração uma vez

Creio que ainda esteja lá

Assim, fica mais fácil

parti-lo ao meio de vez

e me livrar de qualquer resquício

de ilusão que um dia morou ali

Nenhum comentário:

Postar um comentário